terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"As Meninas" pintura de Diego Velázquez, Museu do Prado

Abaixo coloco um exemplo de um  jogo de representações, entre o real e a representação, entre o estar e o estar fora...

 

 

  • O quadro abaixo nos mostra a obra de arte: "As Meninas" retratando a Família de Felipe IV, datado de 1656. Em primeiro plano vemos o cachorro e outro lado podemos ver uma grande tela em diagonal. A filha de cinco anos do rei Filipe IV da Espanha, Margareta-Teresa,está no centro da tela, cercada por sua escolta de criadas e anões.

  • Diego Velázquez é o pintor da obra, representou a si mesmo à esquerda da tela, pintando a imensa tela, retratando o rei e da rainha, que podem ser vistos refletidos no espelho nos fundos, atrás da cabeça da menina ao centro. Velázquez é um dos maiores pintores de retratos de todos os tempos, e este quadro é considerado a sua obra-prima realista.

  • Seria insuficiente observar que a originalidade do pintor Diego Velázquez vem do fato de ele ter sido um dos primeiros a representar a representação, pois sua reflexão acerca de processos estéticos vai muito além disso.

  • Nessa pintura, não vemos apenas a representação da criação artística, mas também a representação da experiência estética, dada pela imagem refletida no espelho.




  • É nesse jogo que se esconde a complexidade da Obra "As Meninas". Ao contemplá-lo, somos impelidos a refletir sobre a nossa posição diante da obra de Diego Velásquez, da mesma forma que o olhar do pintor se projeta para fora dela, o nosso olhar se projeta para dentro.

  • já que ocupamos também o lugar na frente do espelho que esta dentro da obra.

  • Nossa posição se confunde,inevitavelmente,com a posição dos monarcas. É como se, estando no Museu do Prado, diante desta mesma obra: "As Meninas", eles estivessem na nossa frente, olhando o a imensa tela que esta dentro do quadro.

  • Como nós o olhamos e se projetando nele como nós nos projetamos?

  • Nesse exemplo gostaríamos de destacar que o modelo de um objeto é o real, o que está fora da representação visível é o que não é visto. Quais os caminhos que se chegou até que esse objeto se tornasse real, e tivesse algum significado para o “leitor”.

  • O que está fora do "nosso quadro" cultural, da minha concepção inicial é o exterior ... é o estranho. Temos a tendência de desconsiderar tudo aquilo que precedeu ao “real”, à forma acabada de um produto. Desvalorizamos o processo de organização, de planejamento, de confecção, ... o nosso quadro cultural é o pronto, o já construído.

  • Pensar quer dizer construir linguagens, perceber coisas diferentemente do que se está acostumado a ver.

  • "Por que o professor precisa "pensar" as suas ações ? Para reconhecer os saberes que foram excluídos. Para fazer a história do presente e descobrir fraturas nas práticas que nos aprisionam. Para eventualmente e minimamente mudar a realidade.

  • Qual é o "quadro" da educação paranaense hoje ? O que está dentro ? O que está fora? O que é real? O que não é real?


veja filme, e explicações Sobre a Memória

Um comentário:

  1. AFINAL O QUE É MEMÓRIA, LEMBRAR DE ALGO, é TAMBÉM ALGO COMO UM AFETO, COISAS QUE TAMBÉM NÃO QUEREMOS NEM LEMBRAR. Aquele que quer lembrar, faz necessário de existir uma provocação, através de símbolos, variados, dependendo com quem estamos trabalhando, analisando fotos antigas, lembrar do cheiro de certas coisas, lembrar do carinho do afeto do sorriso de uma determinada pessoa do passado.
    Emoções que aparecem na nossa memória. Para que possamos escrever um memorial, são necessários requisitos para a recuperação de lembrar, as leituras que nos marcaram.
    Trabalhoso escrever a memória. O trabalho de rememorar.

    Diante do Quadro As meninas de Diego Velasquez,
    COMO ELE SE ESPELHA DENTRO DO QUADRO, QUEM É O CENTRO DO QUADRO, QUEM É O PROTAGONISTA?
    A pintura de Diego Velasquez passou ter maior atenção através do livro as Palavras e as coisas. de Michel Foucault.

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